Gava, uma história esculpida na pedra

Do Quintal | 12:20 |


Nos anos 50, carroças para puxar as pedras...
Dos anos 1920 ao início dos  1980, as pedreiras eram a principal referência da região do Pilarzinho, Abranches, Vista Alegre. Assim como são hoje os parques criados a partir delas, como o Tanguá, Ópera de Arame, Universidade do Meio Ambiente, Bosque Vista Alegre. As pedras tiradas durante décadas dos enormes paredões estão hoje em milhares de casas, praças e de ruas curitibanas.


...e como está o local hoje...
Uma das famílias que se destacaram no ofício de extrair pedras para uso nessas construções foi a Gava.
Os primeiros Gava que chegaram a Curitiba, porém, nem imaginavam que um dia a família teria o nome ligado à extração mineral.
Matheus e Camila (ou Emiília) Gava.
Afinal, quando o casal Matheus Gava e Emilia Colleti chegou ao Brasil, em 1879, vinha com o objetivo de cultivar a terra e produzir alimentos, assim como os milhares de conterrâneos que então deixavam uma Itália mergulhada no desemprego após a unificação do país.
João Gava.
Matheus e Emília moravam na cidade de Capella Magigiore, na província de Treviso,  região de Vêneto, no nordeste italiano, quando decidiram tentar a vida no novo continente. Depois de um mês e meio de uma desconfortável viagem no navio Khonprinz Friedrich Wilhelm,  Matheus, então com 23 anos, e Emília, 18, ainda tiveram que ficar de quarentena no Rio de Janeiro, como era praxe para verificar se os imigrantes  tinham doenças contagiosas. Somente no dia 19 de dezembro de 1879 chegaram em Morretes, de onde vieram para Curitiba.
Na capital, o jovem casal italiano recebeu da Câmara Municipal uma área na região que abrangia onde está hoje o Cemitério São Marcos. Ali construiu sua casa e começou a plantar cereais e hortaliças para vendê-los no centro da cidade. O primeiro filho, João, chegaria em 1881, quando Emilia tinha 20 anos. Depois viriam Roberto (1883), Bortholo (1887), Mathilde (1894), Josephina (1897), Maria (1900), Luiz (1901) e a caçula Anna, em 1904, quando Emília já tinha 43 anos de idade.
Alimentos
Nas primeiras décadas em solo curitibano, a família dedicou-se exclusivamente à lavoura e a criação de galinhas, porcos, animais de tração e vacas. Conforme os filhos cresciam, o trabalho ganhava novos braços. O novo rumo de atividade só aconteceria no final da década de 20 do século passado após o casamento do filho mais velho. 
João se casou com Maria Fligikowski, e adquiriu uma ampla área de terras, que abrangia onde é hoje a Ópera de Arame. A área ao lado, que incluía a atual Pedreira Paulo Leminski, já pertencia ao município. A vasta área anda era inexplorada economicamente. Neste período, Bortholo, já casado com Margarida de Conto, adquiriu um terreno de Cielo de Pol no hoje Parque Tanguá. A área adquirida fazia divisa com a pertencente à empresa Cavo.
Então, a partir dos anos 20, a família começou a extração de pedras que seguiria ininterruptamente por mais de meio século, ajudando a construir uma nova Curitiba.

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