Ilana, primeiro destaque do PR na natação
Antes do Clube do Golfinho ser criado, na metade da década
de 1970, nenhum nadador paranaense conseguira destaque entre os principais
nadadores nacionais. A primeira a realizar a façanha foi Ilana Kriger. Não por
acaso, filha de Berek, o mentor do Golfinho. Aos 17 anos, estudando e morando em São Paulo , mas nadando
pelo Clube do Pilarzinho, ela bateu o recorde sul-americano dos 200 metros costa.
Quando a menina Ilana entrou na piscina do Minas Tênis
Clube, em Belo
Horizonte , no dia 3 de fevereiro de 1977...
sabia que ficaria
entre as primeiras. Pois meses antes, no campeonato estadual que a classificou
para o Troféu Brasil de Natação, ela havia feito o tempo de 2 minutos, 29
segundos e 11 décimos, apenas um segundo e 60 décimos acima do recorde que
pertencia a Rosamaria Prado, do Andradina Tênis Clube. Mas não imaginava que 2
minutos, 25 segundos e 88 décimos depois, monopolizaria a atenção de todos que
acompanhavam o primeiro dia de provas do principal campeonato nacional. Isso
numa competição que tinha, entre outros destaques, Djan Madruga, o primeiro
nadador brasileiro a bater um recorde olímpico.
Ao repórter do jornal O Globo que cobria o evento, ela disse
que não esperava tanto assédio após a prova. “Estou confusa. Não sabia que um
recorde é tão importante. Estou impressionada com número de pessoas que se
aproximam de mim, para conversar e entrevistar. Desculpe, se não responder direito
às perguntas”, comentou ela.
Hoje, Ilana atua na Positivo Informática. |
Novo recorde
Seu desempenho também garantiu sua presença na Copa Latina,
que seria realizada em Roma, em março, e no qual ela voltaria a bater o recorde,
baixando-o para 2:25:20.
Apesar da pouca idade, ela já computava dez anos de competições,
incluindo três participações internacionais, no Chile, Uruguai e França. Seus
ótimos resultados, porém, não foram suficientes para mantê-la na natação.
No mesmo ano se mudaria para a Califórnia, nos EUA. Hoje, mais de 30 anos depois, ela explica que o que pesou para a sua saída
precoce foi a falta de infraestrutura que encontrou no clube norte-americano.
Pelos resultados que teve por lá, sentiu que não conseguiria um bom desempenho
no ano seguinte. Cansada da rotina de treinos, resolveu, então, dedicar-se
somente aos estudos. Passou no vestibular para o Curso de Desenho Industrial na
PUC e voltou a morar em
Curitiba. Hoje é a diretora de Varejo na Área de Tecnologia
Educacional.do Grupo Positivo.
A lembrança dos tempos do Golfinho, porém, continua viva em
sua memória. Assim como o esforço e a dedicação de seu pai e dos demais
fundadores do clube para transformar a cidade numa potência da natação. É por
isso que ela torce para que o poder público encampe o que sobrou do clube e o
use para prestar um serviço à comunidade, ensinando a natação para as novas
gerações. Uma forma de manter viva a memória de quem conseguiu transformar um
sonho numa poderosa realidade. (DSF)
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