Ilana, primeiro destaque do PR na natação

Do Quintal | 09:26 |


Antes do Clube do Golfinho ser criado, na metade da década de 1970, nenhum nadador paranaense conseguira destaque entre os principais nadadores nacionais. A primeira a realizar a façanha foi Ilana Kriger. Não por acaso, filha de Berek, o mentor do Golfinho. Aos 17 anos, estudando e morando em São Paulo, mas nadando pelo Clube do Pilarzinho, ela bateu o recorde sul-americano dos 200 metros costa.
Quando a menina Ilana entrou na piscina do Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte, no dia 3 de fevereiro de 1977...

sabia que ficaria entre as primeiras. Pois meses antes, no campeonato estadual que a classificou para o Troféu Brasil de Natação, ela havia feito o tempo de 2 minutos, 29 segundos e 11 décimos, apenas um segundo e 60 décimos acima do recorde que pertencia a Rosamaria Prado, do Andradina Tênis Clube. Mas não imaginava que 2 minutos, 25 segundos e 88 décimos depois, monopolizaria a atenção de todos que acompanhavam o primeiro dia de provas do principal campeonato nacional. Isso numa competição que tinha, entre outros destaques, Djan Madruga, o primeiro nadador brasileiro a bater um recorde olímpico.
Ao repórter do jornal O Globo que cobria o evento, ela disse que não esperava tanto assédio após a prova. “Estou confusa. Não sabia que um recorde é tão importante. Estou impressionada com número de pessoas que se aproximam de mim, para conversar e entrevistar. Desculpe, se não responder direito às perguntas”, comentou ela.
Hoje, Ilana atua na Positivo Informática.
Novo recorde
Seu desempenho também garantiu sua presença na Copa Latina, que seria realizada em Roma, em março, e no qual ela voltaria a bater o recorde, baixando-o para 2:25:20.
Apesar da pouca idade, ela já computava dez anos de competições, incluindo três participações internacionais, no Chile, Uruguai e França. Seus ótimos resultados, porém, não foram suficientes para mantê-la na natação.
No mesmo ano se mudaria para a Califórnia, nos EUA.  Hoje, mais de 30 anos depois,  ela explica que o que pesou para a sua saída precoce foi a falta de infraestrutura que encontrou no clube norte-americano. Pelos resultados que teve por lá, sentiu que não conseguiria um bom desempenho no ano seguinte. Cansada da rotina de treinos, resolveu, então, dedicar-se somente aos estudos. Passou no vestibular para o Curso de Desenho Industrial na PUC e voltou a morar em Curitiba. Hoje é a diretora de Varejo na Área de Tecnologia Educacional.do Grupo Positivo.
A lembrança dos tempos do Golfinho, porém, continua viva em sua memória. Assim como o esforço e a dedicação de seu pai e dos demais fundadores do clube para transformar a cidade numa potência da natação. É por isso que ela torce para que o poder público encampe o que sobrou do clube e o use para prestar um serviço à comunidade, ensinando a natação para as novas gerações. Uma forma de manter viva a memória de quem conseguiu transformar um sonho numa poderosa realidade. (DSF)

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