Dona Palmira, 94 anos bem vividos
Palmira nos anos 20. |
Lúcida e realizada aos 94 anos. |
Infância sofrida
Os primeiros anos não foram nada fáceis. O pai, Gustavo Born, morreu aos 34 anos. A mãe, Josefina Loyola Born, se casou com um homem de quem ela nem gosta de lembrar, pois diz que maltratava muito a sua mãe.
Foi nesse época que se mudaram para Florianópolis e lá, quando tinha oito anos, sua mãe morreu. Então uma tia foi buscá-la junto com suas irmãs para voltarem ao Pilarzinho.
Estefano: 23 anos atrás do balcão. |
Garimpo
No local hoje funciona a Mercearia Coralina... |
Tempos depois, compraram o terreno da esquina com a Dom Alberto Gonçalves. Ali construíram sua casa e, com a venda do armazém, construíram um pequeno prédio em frente. No local inauguraram, em 1955, o Bar do Estefano, que marcou época na região. Estefano tocaria o bar até sua morte, em 1978. Então o filho Aramis assumiu o balcão e manteve aberto o bar até 2002. Depois, alugaram o espaço, que durante anos foi “O velho armazém” e hoje abriga a "Mercearia Coralina", que tem um público predominantemente jovem, mas que na decoração traz objetos da época da vovó.
“Realizada”
Hoje, dona Palmira diz se sentir realizada por ter podido passar as cinco propriedades que o casal conquistou nesses anos aos três filhos, garantindo uma casa para cada um. Feliz também por ter visto os seis netos crescerem – o mais novo tem 25 anos.
Saudade ela tem da paz e da solidariedade que havia entre os primeiros moradores do bom retiro. Para dona Palmira, se antigamente faltavam asfalto, luz, saneamento e outros serviços públicos na região, sobravam tranqüilidade e união entre os moradores. Ela se lembra, por exemplo, que os vizinhos se cotizaram para conseguir puxar a luz elétrica até o local onde moram. Também eram comuns as festas nas quais toda a comunidade se reunia.
Triste ela só fica quando se lembra de todos os amigos, do marido e das irmãs que já se foram. “As vezes me sinto sozinha. Parece que todos morreram.Não tenho com quem conversar...” Mas, o lamento é rápido e ao ser lembrada dos filhos, dos netos, já volta a se animar, mostrando a foto de uma “netinha”, hoje com 40 anos.... (DSF)
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