Há 40 anos crescendo com o Bom Retiro
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Darci, da tradicional churrascaria que leva seu nome, no Bom Retiro, é um exemplo de como é possível com muito trabalho dedicação e alguns "segredos" alcançar o sucesso e mantê-lo por quatro décadas ininterruptas. Conheça a seguir a história de como ele e sua família chegaram a isso:
A Churrascaria do Darci, no número 1.289 da Albano Reis, chega a atender mais de 300 pessoas num só dia. Famílias do bairro e de outras regiões da cidade em certos dias têm que enfrentar fila para degustar as famosas carnes preparadas pelo proprietário há 40 anos no mesmo endereço.
Como era no início dos anos 1970... |
Estacionam seus carros na rua bem calçada e arborizada e enquanto aguardam uma mesa, esperam no “Cantinho do sossego”, no hall de entrada do restaurante.
Quando Darci – na verdade Odarci - Bonatto iniciou o negócio, no início dos anos 70, porém, a situação era bem diferente. Os fregueses podiam ser contados nos dedos das mãos, e para chegarem ao seu comércio - então numa modesta residência -, tinham que enfrentar uma rua coberta de barro nos dias de chuva, e de poeira, nas estiagens.
Darci pode dizer, com razão, que o seu negócio se desenvolveu junto com o bairro.
Filho de José Bonatto e de Amábile Maria Baroni, duas famílias que chegaram ao bairro ainda no século XIX, ele sempre morou no Bom Retiro, mas teve o seu primeiro negócio no centro da cidade.
Bar
...e hoje como é... |
Carpinteiro, então com 26 anos, ele montou em 1958 o Bar do Darci, no número 421 da Praça 19 de Dezembro. O movimento era bom, tanto que em 1960 achou que já tinha condições de se casar. Foi com Terezinha Dolores da Cruz, que até hoje trabalha diariamente ao seu lado. Tudo ia bem até que, em 1970, a prefeitura resolveu acabar com os estacionamentos na Barão do Cerro Azul. O movimento despencou e já não dava nem mais para pagar o aluguel.
Foi aí que resolveram montar um pequeno armazém de secos e molhados na própria casa, no – naquela época - lamacento Bom Retiro. A casa, construída por ele mesmo, tinha 63 metros quadrados, “7 x 9”, lembra. O movimento era pequeno, mas o suficiente para se manterem. Na época, o único mercado que havia na região era o Brusamolin, na Nilo Peçanha.
Churrasquinho
Família unida: a mulher, Terezinha, e a filha Márcia |
Foi observando os moradores que passavam todo domingo por ali rumo à missa na Igreja Santa Maria Goretti, que ele teve a ideia para aumentar o faturamento: fazer um churrasco para atrair os fiéis na saída da missa. Os filés assados fizeram tanto sucesso que em pouco tempo o “churrasco do Darci” já era famoso na vizinhança.
O movimento obrigou Darci a aumentar a casa para 7- X-14 e-, em abril de 1972, inaugurava oficialmente a Churrascaria do Darci, que passou a ser o seu negócio principal. E continuou construindo. Onde era a casa inicial, hoje funciona a cozinha da churrascaria, e a moradia passou a ser na casa que construiu em cima do estabelecimento. O ponto do armazém ele vendeu em 1988.
40 anos depois, diariamente na cozinha... |
O amplo salão que funciona diariamente – há um segundo salão, mais interno, que abre em dias de maior movimento – foi ele também quem construiu, usando a madeira nobre que comprou de uma antiga residência desmanchada na região. “É o pinho preto, mais resistente que o ferro”, diz ele, que passou um tempão “garimpando” os exemplares da madeira em meio à velha casa desmanchada. “Acho que esse pinho deve ter entre 100 e 150 anos”, calcula.
3 segredos de 4 décadas
Uma das carnes mais famosas da cidade. |
Há exatos 40 anos depois , a Churrascaria do Darci no aspecto físico lembra pouco o que foi no início. Hoje, por exemplo, ela oferece um serviço de entrega em casa. Na própria churrascaria, nos dias de maior movimento, chegam a trabalhar 25 pessoas, entre garçons e pessoal da cozinha.
Darci e a esposa, porém, continuam trabalhando como se estivessem começando agora o negócio. Diariamente puxam o trabalho na cozinha, preparando pessoalmente as carnes e saladas. Gerenciando o atendimento e cuidando do caixa, fica a filha Márcia, que desde criança já ajudava os pais.
Pra relaxar, o Cantinho do Sossego... |
Questionado sobre qual o “segredo” para manter um negócio de sucesso por tanto tempo, Darci se apressa em dizer que não são um, mas três e os quais não tem receio de contar para a concorrência. São eles: Higiene – “Gosto de convidar os fregueses para primeiro conhecerem a cozinha. Eu sempre faço isso quando vou a um restaurante e se não gosto do que vejo, viro e vou embora”. Alimentos frescos: “Nunca fazemos nossa salada com antecedência. É sempre na hora que o freguês pede. Não existe nada pior que uma salada murcha”. E Rapidez no preparo dos pratos: “Nós pré-assamos a carne, assim ela não demora e também não fica ressecada por ficar muito tempo na churrasqueira.”
Dicas de quem vem servindo famílias curitibanas há três gerações. E que não pretende parar tão cedo.
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