"O Bom Retiro é só um fundo de horta..."

Do Quintal | 10:39 |


Embora sendo um bairro colado ao centro, pequeno e densamente povoado, até a metade da década de 1970 o Bom Retiro ainda tinha pouca atenção do poder público. Além da Nilo Peçanha, poucas outras ruas eram asfaltadas. A  Albano Reis, por exemplo, só tinha asfalto até a  Albino Born. Em grande parte, o bairro ainda parecia uma zona rural,  ou “um fundo de horta”, como definia o redator da reportagem publicada pelo extinto Diário do Paraná em sua edição de 12 de junho de 1974.

O texto começava assim: “Chega a ser melancólico o estado em que se encontra o Bom Retiro, embora seja um bairro praticamente central, habitado pela classe A e média”.  Segundo o jornalista, não identificado, ao lado de algumas residências de alto padrão havia “lavouras de mandioca, galinheiros e pomares tomados pela ferrugem”.
Praticamente todo o comércio e as principais instituições do bairro estavam na Nilo Peçanha: o Colégio Pietro Martinez, o Sanatório Bom Retiro, o Lar Icléa,  o Instituto Lins de Vasconcellos e a Sociedade Israelita.  Já nas áreas  de divisa com o Pilarzinho, Mercês, Vista Alegre e Ahú – dizia a reportagem – “tudo ainda está por fazer”.
Curiosamente, o jornal informava que o bairro tinha mais habitantes do que tem hoje. O Do Quintal pesquisou e constatou que pelo Censo de 1970, quatro anos antes,  tinham sido computados 8.614 habitantes, o que o colocava  em 28° lugar entre os mais habitados da cidade.  De lá para cá, a população encolheu. Já em 2010, segundo o IBGE, eram 5.156 moradores no Bom Retiro.
A Albano Reis, erm 1974...
Por isso, o redator do Diário do Paraná lamentava o descaso público e concluía a matéria  dizendo que o desenvolvimento do Bom Retiro deveria ser melhor acompanhado pela Prefeitura, “cuja sede, inclusive, fica muito perto do Bom Retiro, no vizinho Centro Cívico”.


...e local como está atualmente.









O asfalto tomou quase todo o bairro...
Mas o verde ainda perdura nas ruas...

TUDO SOBRE::


COMENTÁRIOS: