E o PR teve sua primeira recordista na natação...

Do Quintal | 13:34 |


Antes do Clube do Golfinho, nenhum nadador paranaense tinha conquistado destaque na natação nacional. A primeira a realizar a façanha foi Ilana Kriger. Não por acaso, filha de Berek, o mentor do Golfinho. Aos 17 anos, estudando e morando em São Paulo, mas nadando pelo Golfinho, ela bateu o recorde sul-americano dos 200 metros costa.


Quando a menina Ilana entrou na piscina do Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte, no dia 3 de fevereiro de 1977, sabia que ficaria entre as primeiras. Pois meses antes, no campeonato estadual que a classificou para o Troféu Brasil de Natação, ela havia feito o tempo de 2 minutos, 29 segundos e 11 décimos, apenas um segundo e 60 décimos acima do recorde que pertencia a Rosamaria Prado, do Andradina Tênis Clube. Mas não imaginava que 2 minutos, 25 segundos e 88 décimos depois, monopolizaria a atenção de todos que acompanhavam o primeiro dia de provas do principal campeonato nacional. Isso numa competição que tinha, entre outros destaques, Djan Madruga, o primeiro nadador brasileiro a bater um recorde olímpico.
Ao repórter do jornal O Globo que cobria o evento, ela disse que não esperava tanto assédio após a prova. “Estou confusa. Não sabia que um recorde é tão importante. Estou impressionada com número de pessoas que se aproximam de mim, para conversar e entrevistar. Desculpe, se não responder direito às perguntas”, comentou ela.
Seu desempenho também garantiu sua presença na Copa Latina, que seria realizada em Roma, em março, e no qual ela voltaria a bater o recorde, baixando-o para 2:25:20.
Apesar da pouca idade, ela já computava dez anos de competições, incluindo três participações internacionais, no Chile, Uruguai e França. Seus ótimos resultados, porém, não foram suficientes para mantê-la na natação.
Novos rumos
No mesmo ano se mudaria para a Califórnia, nos EUA.  Hoje, mais de 30 anos depois,  ela explica que o que pesou para a sua saída precoce foi a falta de infraestrutura que encontrou no clube norte-americano. Pelos resultados que teve por lá, sentiu que não conseguiria um bom desempenho no ano seguinte. Cansada da rotina de treinos, resolveu, então, dedicar-se somente aos estudos. Passou no vestibular para o Curso de Desenho Industrial na PUC e voltou a morar em Curitiba. Hoje é a diretora de Varejo na Área de Tecnologia Educacional.do Grupo Positivo.
A lembrança dos tempos do Golfinho, porém, continua viva em sua memória. Assim como o esforço e a dedicação de seu pai e dos demais fundadores do clube para transformar a cidade numa potência da natação. É por isso que ela torce para que o poder público encampe o que sobrou do clube e o use para prestar um serviço à comunidade, ensinando a natação para as novas gerações. Uma forma de manter viva a memória de quem conseguiu transformar um sonho numa poderosa realidade. (DSF)

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