Golfinho, entre os melhores do País
As águas do Golfinho foram férteis na criação de campeões.
Com o recorde quebrado por Ilana Kriger, em 1977, o clube de Curitiba mostrou ao que
veio. Nessa época, com apenas dois anos de sua inauguração oficial, os atletas
do clube já detinham a maioria dos recordes paranaenses,
capitaneados
primeiramente pelo técnico argentino Carlos Fernandes e depois por Leonardo Vescovo,
também argentino, e o campeão brasileiro Ilson Austuriano.
Junto com a filha de Berek, Ênio Aragon, nos 100 metros livre, Daniel
Wolokita, nos 100 borboleta e Carla Sprengel, também nos 100 metros borboleta,
foram os principais destaques da primeira geração do Golfinho.
Outros que já faziam bonito ou que fariam nos anos seguinte eram
Fabio, Maria e Bruno Miraglia, Christiane Mueller, Mário Romanó, Hilton
Zattoni, Luiz Roberto e Ana Lúcia Ratto, Mario Lopes, Priscilla Grocoski, Cláudia
Surigi, Antônio Paula Filho, Izabella de Paula, Mônica Prieto, Patrícia
Filizola e Oscar Monteiro; e também Gilberto Krieger, Jayme Wolokita, Antonio
Carlos de Paula Soares, Celso Jugend, Suzanne Soifer, Marcia, Ilona e Liliane
Naday, Katia Weigang, Regina Iorio, Silvia Franzoni e os outros.
Em pouco tempo, bater recordes paranaenses se tornou rotina
para aquele pessoal. Tanto que ainda em 5 de dezembro de 1976, o clube promoveu
o I Festival de Recordes do Paraná. Participaram clubes de todo o Estado que tinham
nadadores em condições de bater marcas paranaenses.
Foram 22 tentativas, das quais surgiram 16 quebras de recordes
estaduais. Os golfinenses foram responsáveis por 13. Em segundo ficou o
Curitibano, com 2; e em terceiro, o Olímpico de Maringá, com um.
Conquistando o Brasil
O domínio no Paraná já estava selado. No cenário nacional,
os atletas do Golfinho foram galgando degraus ano a ano. No final dos anos 70,
o clube já figurava entre o sexto e o sétimo melhores do país. O grande salto
rumo aos principais pódios nacionais foi dado a partir da contratação do
técnico Reinaldo Dias, descoberto pelo golfinense e jornalista Borell Du Vernay
no interior de São Paulo.
Em pouco tempo, o Golfinho já batia clubes tradicionais,
como o Minas, a Hebraica, Vasco da Gama e Andradina . O auge do clube chegaria
em 1986, quando passaria o poderoso Pinheiros, de São Paulo, e assumiria a
segunda posição no ranking da natação nacional, atrás somente do então
imbatível Flamengo.
Nesta época, o Golfinho teve seu time mais poderoso. Christiano
Michelena, Eduardo de Poli e Rogério Romero, três futuros atletas olímpicos,
puxavam a equipe, que trazia ainda Cristiane Spieker dos Santos, Cláudia
Sprengel, Priscila Grocoske, Felipe Michelena, Flávio Gomel, Patrícia Koglin,
Ana Júlia Borell, João Carlos Borell e Miriam Artur.
O hoje arquiteto Felipe Michelena lembra a emoção que foi
desbancar o até hoje fortíssimo Pinheiros no Troféu Brasil de 1986, disputado
no Rio de Janeiro. “Só não fomos campeões, porque nossa equipe levou apenas 26
atletas, contra 40 que disputaram pelo Flamengo, que ficou com o primeiro
lugar”, conta.
O desempenho dos paranaenses foi acompanhado com entusiasmo pela
lenda da natação brasileira, Maria Lenke, que hoje nomina o principal troféu
nacional, e que na época tinha 71 anos. Flamenguista, mas acima disso,
apaixonada pela natação, ela vibrou nas arquibancadas com a atuação do
Golfinho. “Isso colocou a gente nas alturas”, recorda ele.
No ano seguinte, mostrando que a posição que chegara no
ranking nacional não foi por acaso, o Golfinho voltou a se confirmar como o
segundo melhor do país. Inconformado com a perda da posição, o Pinheiros tentou
de tudo para superar os paranaenses. Para tentar dar o troco, os paulistas
buscaram um reforço de peso: o medalhista olímpico Ricardo Prado. O reforço,
porém, não foi suficiente para superar os abnegados paranaenses, que mantiveram
a posição conquistada. (DSF)
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