Acidentes de trabalho eram comuns
Sem capacetes e de chinelos. |
Numa época em que equipamento de segurança era artigo de
luxo, trabalhar em pedreira era extremamente perigoso. João Gava Neto, que trabalhou desde criança na pedreira do
avô, onde hoje é a Ópera de Arame, nunca teve um acidente grave, mas presenciou alguns, inclusive com seu pai.
Uma vez caiu uma pedra que quebrou o calcanhar do seu José Gava. Outra vez, ele
escapou por pouco da morte, quando meia banana de dinamite explodiu quando
verificava o porquê do explosivo ter falhado. Foi atingido por estilhaços, mas
não se feriu gravemente.
Não há registro formal de mortes durante o trabalho nas
pedreiras da família Gava, mas com base em informações de outras mineradoras na
região, é provável que tenham havido.
Aroldo Benedeto, proprietário da Mercearia Tereza e ex-diretor
do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Curitiba, diz se lembrar
de pelo menos três mortes no tempo em que trabalhou na pedreira da família Thá,
no Vista Alegre, ainda nos anos 50.
De um ele não se lembra o nome. Os outros eram Manoel e
Robertinho. Os três foram atingidos por pedras em situações diferentes. O maior
risco, explica Aroldo, eram as “partes velhas” das pedreiras, ou seja, onde não
se extraia mais pedra, mas de cujos paredões ainda se desprendiam rochas regularmente.
Robertinho foi atingido por uma dessas. Era o horário do café, e ele se lembrou
que havia esquecido o maço de cigarros ao pé de um dos paredões. Quando procurava-o, foi esmagado por uma pedra que se desprendeu
dezenas de metros acima. (DSF)
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