O mais antigo açougueiro da capital
Em foto dos anos 50... |
Willy Foitz Junior começou a ajudar os pais no açougue da
família, no Bom Retiro, aos 8 anos, em 1947. Um dos primeiros estabelecimentos
comerciais do bairro, a casa de carnes funcionava na Tapajós, uma rua sem
asfalto, ao lado de um pequeno olho d´água, onde as crianças, inclusive Willy, iam
brincar nas horas vagas. Sessenta e quatro
anos depois, Willy continua trabalhando no mesmo local, no número 1005
da Tapajós.
O açougue continua praticamente com a mesma fachada. O que
mudou foi o seu entorno, hoje com as ruas asfaltadas, novos prédios vizinhos e
o córrego canalizado.
...e 60 anos depois... |
Atrás do balcão, com seu indefectível guarda pó branco,
Willy acompanhou passo a passo toda a transformação do bairro desde então. Ele
se lembra que quando os seus pais, Willy Foitzik e Marta, nascidos na Alemanha,
chegaram por aqui encontraram um bairro ainda com cara de zona rural. Dos lados onde hoje está a Havan, havia um
banhado, só drenado anos depois a partir de um valetão.
Ainda criança, via aos sábados filas de carroças em frente
ao açougue. Muitas famílias do Abranches e da região da Cruz do Pilarzinho que
iam vender seus produtos no centro da cidade, paravam no açougue , deixavam os
seus sacos de compra, encomendavam a carne e na volta pegavam a encomenda. A carne era vendida em grandes pedaços, pois
as famílias eram numerosas e compravam para a semana.
Uma vida
Willy se casou em 30 de setembro de 1961 com a catarinense
Evanilde, que até hoje trabalha com ele no açougue. No ano seguinte, seus pais se aposentaram e
lhe passaram o negócio, pois sua irmã, Emigard, também já havia se casado. Os
pais, porém, durante muito tempo apareciam para ajudar nos dias de maior
movimento.
Com o trabalho no açougue, Willy e Evanilde criaram as
filhas Sílvia, hoje pedagoga, e
Clarisse, consultora de um grande banco.
Em todo esse tempo, Willy praticamente não tirou férias. No
máximo, uma folga no final de semana para encontrar a família que descansava no
litoral. E quando, em 1995, sofreu uma cirurgia no intestino e foi obrigado a
ficar um mês parado. Como gosta do que
faz, diz que ainda não se cansou. E explica o motivo de tanta vitalidade: “Acho que são os dois
velhinhos lá em cima que continuam me ajudando...”(DSF)
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