Meirinho abre ciclo de debates

Do Quintal | 09:02 |

O candidato a prefeito de Curitiba pela Frente de Esquerda - formada pelo PSOL e PCB -, Bruno Meirinho, abriu ontem o Ciclo de Debates no salão paroquial da Igreja Bom Pastor, no Vista Alegre. Organizado pelo padre Domênico Costella, doutor em Filosofia, Conselheiro Titular e presidente da Câmara de Educação Superior no Conselho Estadual de Educação do Paraná, o ciclo pretende receber todos os candidatos a prefeito da cidade para expor suas propostas e debatê-las com os moradores da região. O segundo a participar será o peemedebista Rafael Greca, no próximo sábado, dia 25, a partir das 20h.
Confira a seguir quem é e o que propõe o candidato Bruno Meirinho:



Trinta anos de idade, advogado especialista em direito urbanístico e planejamento urbano, ex-dirigente do movimento estudantil e mestre em Geografia pela UFPR, Meirinho disse que sua candidatura propõe uma nova forma de se pensar o espaço urbano, para combater a desigualdade social. “Em 2010, estudo da ONU colocou Curitiba em 17ª cidade com maior desigualdade. Ao mesmo tempo é a quarta cidade mais rica do Brasil, só atrás do Rio, São Paulo e Brasília. Temos o quarto orçamento do País e 23 mil crianças precisando de creches”, disse. Segundo ele, essa situação pode ser enfrentada aplicando os recursos nos lugares certos.
Como exemplo de uso indevido de recursos públicos, Meirinho citou o caso da preparação da cidade para a Copa do Mundo e da reforma do estádio do Atlético, uma instituição privada que está recebendo R$ 128 milhões em títulos do município para a obra. “Quem vai pagar a conta?”, perguntou, completando que com isso o município deixará de investir em setores que realmente são de sua competência. “Nossa proposta é realizar um plebiscito sobre a Copa. As pessoas têm que saber em que estão sendo usados os seus recursos”.
Meirinho enfatizou que uma das principais propostas de sua candidatura é a chamada “democracia real”, a partir da transparência das ações e espaço para as pessoas opinarem.
Para ele, a grave desigualdade social registrada na cidade tem como causa as administrações tecnocratas, que priorizam o mercado imobiliário em detrimento da questão social, das pessoas. Como conseqüência disso, Meirinho citou o processo de degradação ambiental. “O título de “cidade ecológica” é só marketing. O Rio Iguaçu foi apontado pelo IBGE como o segundo mais poluído do País, atrás somente do Tietê em São Paulo. Não podemos ficar a serviço do mercado imobiliário".
Outros temas
A seguir outros tópicos abordados em sua exposição e no debate:
Segurança: a partir de pergunta do representante do Conseg-Pilarzinho sobre as medidas para combate à criminalidade e violência no bairro, Meirinho afirmou que além das ações pontuais, será criada uma política de longo prazo, que incluirá a criação de espaços com atividades para integração entre jovens de forma a combater a agressividade; e investimentos na cultura popular, integrando mais as comunidades.
Saúde : Meirinho criticou o que chamou de “privatização de setores da saúde pública”, e citou o caso da terceirização de exames da rede pública por empresas particulares. Disse que freará isso e que irá valorizar não só os médicos como os demais funcionários do setor.
Educação: A proposta é ampliar para 30% do orçamento o investimento para a educação básica. E criar cursinhos populares para atendimento de quem não pode pagar os particulares.
Habitação: A principal ação será o IPTU progressivo, ou seja, após um mapeamento, os proprietários de prédios sem utilização serão notificados para tomar uma providência a respeito. Caso os prédios continuem fechados, o valor do IPTU subiria gradativamente até chegar a 15% do valor venal do imóvel. Para ele, isso ajudaria a baixar a especulação imobiliária e diminuiria a demanda pela construção de novas unidades.
Transporte público: Transparência na definição das tarifas a partir do custo efetivo das empresas, estender as pistas exclusivas também para os ligeirinhos e, gradativamente, criar uma frota pública, de forma que o município não fique mais refém das empresas particulares.
Cultura: A proposta é aumentar a dotação orçamentária para o setor e redirecioná-los dos projetos de incentivo fiscal (utilizados por empresas) para a cultura popular.
Igualdade : Combate a todo tipo de opressão, como o machismo, homofobia e o racismo. Meirinho citou que Curitiba, embora seja conhecida lá fora mais pela sua formação européia, possui a maior população negra do Sul do País, mas que tem sua cultura e práticas religiosas marginalizadas. “Queremos incorporar isso. Curitiba não é uma cidade de pensamento único. Queremos uma cidade igualitária”.

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