FEP já recebeu parte dos recursos da venda do Hospital Bom retiro
A mata cobre a maior parte do terreno. |
A diretoria, porém, divulgou nota no site da FEP na qual diz
que parte dos recursos para a construção do novo hospital (não citou o valor) de
fato veio da Invespark, a partir do contrato firmado. E também conta os motivos
pelos quais realizou a transação.
Segundo a nota, a venda e incorporação à Invespark deram-se
após aprovação por 40 dos 41 membros do Conselho Federativo Estadual. O motivo,
diz a nota, foi devido ao fato de o antigo prédio, inaugurado em 1945, não
atender mais às exigências do moderno serviço manicomial, conforme as atuais
normas do Ministério da Saúde e Anvisa. Cita também que, pelas suas
características arquitetônicas, o prédio
não consta na catalogação da Prefeitura de imóveis sujeitos ao tombamento.
Em relação ao bosque que cobre a maior parte da área total
de 65 mil metros quadrados, a FEP afirma que será preservada conforme o que determina
a legislação ambiental.
Procurada pelo Do Quintal, a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, informou que a área ainda não é oficialmente protegida, pois ainda não chegou nenhum processo no órgão para avaliação. E que esse seria o trâmite normal para que a área exata a ser preservada seja oficializada.
Procurada pelo Do Quintal, a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, informou que a área ainda não é oficialmente protegida, pois ainda não chegou nenhum processo no órgão para avaliação. E que esse seria o trâmite normal para que a área exata a ser preservada seja oficializada.
Informações
incorretas
O diretor de Incorporações da Invespark, Eduardo Quiza, em
entrevista ao Do Quintal, afirmou que enquanto aguarda o resultado da avaliação
da comissão, que ainda não tem data para ser anunciado, a mídia vem divulgando várias
informações fantasiosas sobre área.
Segundo Quiza, as distorções começaram já nas notícias sobre
a retirada das janelas do prédio do Hospital. As janelas foram realmente
tiradas, mas segundo o diretor da Invespark, quem o fez foi a própria Federação
Espírita e não a empresa. “Nem poderíamos fazê-lo, pois ainda não temos a posse
do imóvel”, explicou Quiza.
Segundo ele, também sobre a vegetação que cobre a maior
parte da área, as informações divulgadas pela mídia não batem com a realidade,
como a de que a mata no local abrangeria 20 mil metros quadrados, incluiria cerca de 700 pinheiros do Paraná e que
correria risco de ser derrubada. Quiza
disse que, como já afirmara em dezembro, desde que o contrato com a FEP foi firmado,
sabia-se que a empresa não poderia construir na faixa de mata. E que a reserva é maior do que vem sendo divulgado,
ou seja, de 35 mil metros quadrados.
Sobre a composição da mata, o diretor apresentou à
reportagem relatório do levantamento
interno feito na área, que é a primeira fase para elaboração do projeto a ser
apresentado à Prefeitura. De acordo com o estudo preliminar, a área abriga
várias nascentes, possui cerca de 40 pinheiros do Paraná e 21 espécies de
árvores nativas. O restante são árvores
exóticas.
Segundo Quiza, mesmo que fosse possível, não há interesse na
derrubada da mata, pois a área verde é justamente um dos atrativos do
empreendimento, um dos seus diferenciais. A certificação ambiental é um dos
pré-requisitos para aprovação do projeto.
Prédio
Eduardo Quiza informou que ainda não está definido o que
seria construído no local. Pelo
contrato, a empresa tem um prazo de 18 meses para apresentar o projeto à
Prefeitura. Inicialmente, a intenção era construir três torres de cinco andares
destinadas a unidades habitacionais e um com salas comerciais. As definições
sobre tamanho dos apartamentos e salas e suas características, porém, dependeriam do estudo da área e de uma pesquisa de
mercado.
Quiza disse que a
Invespark já realizou empreendimentos em que constou a preservação de imóveis
tombados pelo Município. E que já há algum tempo, a empresa sabe que a manutenção de antigos
prédios junto às novas edificações, além da preservação do patrimônio
histórico, valoriza o próprio empreendimento e garante benefícios construtivos.
É o caso, citou do edifício Lifespace Estação, da Invespark, na Rua Barão do
Rio Branco, na Praça Eufrásio Correia, centro. Foi preservado no local um
casarão construído em 1890, que hoje serve como hall de entrada e área de
convívio.
Outro exemplo citado é o do edifício Le Parc. À frente do
empreendimento, na Rua Emiliano Perneta, entre a Visconde do Rio Branco e a
Visconde de Nácar, foi preservado outro casarão, que abrigará uma loja, café ou
livraria.
Já no caso do imóvel do Bom Retiro não haveria interesse da
empresa em prosseguir caso o prédio seja tombado. Segundo ele, a manutenção do
prédio inviabilizaria o projeto, inclusive porquê na maior parte do terreno,
devido à vegetação, não será possível
construir. Para ele, também, as características arquitetônicas do prédio não
justificariam o seu tombamento. Neste caso, diz, o contrato seria quebrado e a
FEP teria que restituir os R$ 8 milhões e 500 mil já recebidos.
Comissão
A Comissão de Avaliação do Patrimônio Cultural é formada por
representantes da Secretaria Municipal de Urbanismo, IPPUC, Fundação Cultural
de Curitiba e Procuradoria Geral do Município. Ela analisa se o imóvel tem ou não importância histórica ou
arquitetônica que justifique sua transformação em Unidade de Interesse de
Preservação. Caso seja considerado que sim, a preservação pode ser da
integralidade da edificação ou somente de sua fachada. De acordo com a
assessoria de comunicação da SMU, ainda
não há previsão para a divulgação do resultado da avaliação.
PS: Para ler a
nota oficial da Federação Espírita do Paraná sobre o caso, acesse o site da FEP:
feparana.com.br
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