Após apelo da comunidade, Clube Primavera é interditado

Moradores das proximidades do Clube Primavera, no Pilarzinho, acordaram neste domingo com uma boa notícia. Após meses de mobilização para que se tomassem providências sobre o barulho e arruaças que aconteciam todo final de semana  por ali, finalmente a casa foi interditada na madrugada de sábado.  Foi uma das duas operações de ontem da Ação Integrada de Fiscalização Urbana (Aifu) em Curitiba, que fechou também a casa noturna John Bull, na Mateus Leme.  No caso do Primavera, porém,  já havia até ação protocolada nós órgãos competentes desde o ano passado para que  se tomasse providências a respeito.

A reportagem ainda não conseguiu informações oficiais sobre a operação de ontem, mas segundo vizinhos, além do fechamento do estabelecimento – por falta de alvará, de saída de emergência adequada e das condições exigidas de higiene na cozinha - , houve prisões, apreensão de veículos e de adolescentes.  Nos próximos posts procuraremos dar detalhes da operação.

No ano passado, moradores já haviam feito um abaixo-assinado que reuniu mais de 500 moradores exigindo providências. A revolta era contra o barulho e contra as arruaças e vandalismo nas ruas próximas que aconteciam principalmente no final das noitadas.

Através do Conselho de Segurança (Conseg) do Pilarzinho, o documento  foi encaminhado às autoridades. Segundo o assessor jurídico do Conseg, advogado João Carlos Flor, em encontro com representantes da 2ª Cia da Polícia Militar, em dezembro, foi decidido que a reivindicação seria encaminhada à Aifu – que além da Polícia Militar inclui membros da Civil e de várias secretarias municipais.  O pedido foi protocolado na segunda quinzena do mês e a previsão era que a ação ocorresse em janeiro.

Bomba-relógio

A expectativa dos moradores da região agora é que a ação não fique somente nisso e que sejam tomadas as providências em relação a todos os itens em que a casa estava irregular. E conforme informações extra-oficiais, não são poucas. E são graves.  Uma delas – denunciada por um morador próximo que preferiu não se identificar– é que acima do forro do salão (onde ele disse ter tido acesso - há uma enorme quantidade de serragem, colocada ali para abafar o som . Some-se a isso o fato do piso do Clube (construído em 1927) ser de madeira e a falta de saídas de emergência e temos uma verdadeira bomba prestes a explodir .

Outra grave denúncia é a da quantidade de adolescentes que freqüentava o local – o grosso da clientela – e que consumia grandes quantidades de bebida alcoólica dentro e fora do estabelecimento. “Era só passar por ali por volta da meia noite,  antes das portas se abrirem, pra ver jovens de 14, 15, 16 anos, com garrafas de bebida”, conta um outro morador próximo.