Um patrimônio do esporte aguarda desapropriação

Do Quintal | 11:11 |

Golfinho: após glória, fim melancólico.
Entre os anos 1970 e 1980 um clube de natação que funcionava no Pilarzinho fez história na natação brasileira. Criado por um grupo de pais apaixonados pelo esporte, o Clube do Golfinho em pouco tempo virou referência nacional. Chegou ao vice campeonato brasileiro, superando clubes tradicionais como o Minas, o Hebraica e o Vasco da Gama. De suas piscinas saiu o até agora único brasileiro a disputar  cinco Olimpíadas. Mas nos anos 90 ele foi desativado, ficou anos abandonado e no ano passado um grupo de imobiliárias o arrematou em leilão. Mas ainda há tempo para sua estrutura ser resgatada pelo Município e ser transformada num ponto de atendimento à comunidade.


Desde 2010, um grupo de moradores e ex-atletas vem pedindo ao Poder Público para que desaproprie a área. Atualmente ela consta na Prefeitura como "de interesse para desapropriação". O imóvel da Rua São Salvador foi arrematado em leilão da Justiça do Trabalho por uma imobiliária, que o colocou à venda.Mas quem comprá-lo não poderá construir ali até que tiver autorização municipal. Em dezembro, o Do Quintal perguntou ao então prefeito eleito Gustavo Fruet qual sua posição a respeito. Fruet, que inclusive nadou nas águas do Golfinho, disse que uma definição só seria possível após análise pela Procuradoria do Município e secretarias envolvidas. A expectativa é que a partir deste mês o prefeito anuncie o que pretende fazer.
A intenção dos que defendem a apropriação da área não é a de que o local volte a funcionar como antigamente, mas que seja transformado num equipamento público de atendimento à população. O presidente do Conselho de Segurança do Pilarzinho (Conseg) - que vem apoiando a iniciativa -, Claudino Dias, diz que seria um grande avanço do bairro na melhoria de qualidade de vida da região. "A luta do Conseg não se resume a exigir mais policiamento. Nós temos a clareza de que mais produtivo que combater a criminalidade é preveni-la. E oferecendo uma opção de atividade saudável aos jovens, estaremos contribuindo para que muitos deles deixem de cair futuramente na armadilha das drogas e ou da delinquência", explica.
Já para os atletas, além da importância social que o novo espaço teria, seria também uma forma de reavivar a memória do que representou o Clube para a natação no País. O atual secretário-adjunto de Esportes e da Juventude de Minas Gerais, Rogério Romero, é um dos que apoiam a iniciativa. Único brasileiro a nadar em cinco olimpíadas, ele conquistou seu primeiro índice olímpico pelo Golfinho. "A iniciativa é realmente muito importante em vários sentidos. Primeiro, a memória do esporte, no caso a natação. Segundo: pensando-se nas Olimpíadas (que o Brasil está preparando para sediar). Terceiro, mas não menos relevante, o desenvolvimento social da região do Pilarzinho", resumiu o ex-atleta.


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