O mapeamento das ciclovias de Curitiba

Do Quintal | 21:35 |

As indicações da malha cicloviária no Google Maps
Os 120 quilômetros de malha cicloviária de Curitiba, a segunda maior do país (a primeira é Rio de Janeiro, com 320 quilômetros), conectam a cidade de ponta a ponta. São ligações que vão do bairro Cachoeira, no extremo Norte ao Pinheirinho, no Sul, ou do Capão da Imbuia, no Leste ao Orleans, no Oeste, passando por praticamente todos os bairros da cidade
A Prefeitura está construindo novas vias para o trânsito de bicicletas, entre ciclovias, ciclofaixas e calçadas compartilhadas. Gradativamente a malha cicloviária está sendo ampliada para atingir, ao longo dos anos, a meta de 400 quilômetros prevista no Plano Diretor Cicloviário.
Mas o problema é que em vários trechos, as ciclovias têm sérios problemas, entre os quais, péssima sinalização, faixas interrompidas, péssimas condições de segurança e trafegabilidade e guias não rebaixadas, entre outros.
Mapa cicloviário de Curitiba


O movimento cicloativista em Curitiba está, desde 2008, montando um mapa de análise das ciclovias, em que constam os diversos problemas ilustrados por fotos e que também podem ser visto no Google Street View ou no site bicicletadacuritiba.org . O mapa está sendo elaborado por um sistema de análise colaborativa e funciona da seguinte forma: os ciclistas tiram fotos das áreas críticas e postam no site bicicletadacuritiba.org, informando sobre as condições encontradas.
Para o mapa, mais de 10 ciclistas participaram colaborativamente identificando aproximadamente cem trechos críticos e fotografando tudo isso, que está bem ilustrado no Google Maps com ícones indicativos em cada uma das áreas.
Avenida Toaldo Tulio
Um dos colaboradores dessa empreitada, Vinicius Massuchetto publicou no seu blog, “Socioclubismo” (http://vinicius.soylocoporti.org.br), uma análise feita na recém inaugurada ciclovia da Toaldo Túlio e de várias outras vias atuais e mais antigas de Curitiba. Segundo Vinicius, o trabalho, todo ilustrado com fotos, foi feito a fim de ajudar a CicloIguaçu – Associação de Ciclistas do Alto Iguaçu, em um relatório para o Plano Diretor de Curitiba.
Sobre a Toaldo Túlio, Vinícius diz que “o que ocorre é que trata-se de uma reprodução do que já foi feito em outros pontos da cidade, com ciclovias que possuem erros de projeto e servem basicamente para lazer”. De acordo com ele, “infelizmente a Toaldo Túlio ainda não chega a favorecer a cultura da bicicleta em Curitiba”.
Massuchetto também fotografou outras vias e afirma que o maior problema para os ciclistas está na Rua Antonio Escorsin, no trecho que sobe do Parque Barigui até a nova Toaldo Túlio.
Mas existem vários outros trechos críticos nas ciclovias, principalmente os que ligam um parque ao outro, como no caso da Rua São Salvador, principalmente no trecho em que esta se divide em duas, Nilo Peçanha e João Gava. Depois, pela João Gava, passando pela Ópera de Arame até a Rua Prof. Nilo Brandão e a Mateus Leme, no Parque São Lourenço, cujo cruzamento sem faixa indicativa é uma louca aventura para o ciclista por causa do imenso tráfego de veículos.
Conselheiro Laurindo: sem segurança no cruzamento
No centro da cidade os problemas são mais visíveis, como na Avenida João Gualberto, no Passeio Público: “Existe um desnível na entrada do passeio que sempre alaga quando chove. Os ciclistas não têm preferência. Esperam os carros que passam direto e os que viram à direita”, aponta a descrição com foto no Google Maps.
Na Cândido de Abreu, no sentido bairro, o trecho margeia o canal e não está próximo ao fluxo de carros, por isso é bastante agradável. Entretanto, alguns ciclistas evitam esse trecho à noite por causa do isolamento e, principalmente, por falta de iluminação. No cruzamento da Silva Jardim com a Conselheiro Laurindo, a avenida é extremamente larga, possui fluxo intenso de carros e não existe semáforo para os ciclistas.

Assim, entre a sinalização inadequada, falta de conservação, guias extremamente altas e diversos outros problemas pontuais, o mapa aponta o que deveria ser feito para melhorar a mobilidade ciclística que, a cada dia ganha mais adeptos na grande Curitiba.

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