Curitiba descobre cada vez mais a bicicleta como meio de transporte
O movimento
pelo uso da bicicleta como meio de locomoção em Curitiba vem crescendo
continuamente desde a década passada. Recebeu grande impulso, como em várias
outras grandes cidades do mundo, com as atividades em defesa do meio ambiente e
da qualidade de vida, cujo marco foi a criação do Dia Mundial Sem Carro.
A ideia da
data – comemorada no dia 22 de setembro - é que as pessoas experimentem formas
alternativas de mobilidade, descobrindo que é possível se locomover pela cidade
sem usar o automóvel e que “há vida além do para-brisa.
Em Curitiba,
andar de bicicleta é uma atividade que ganha a cada dia mais adeptos. E desde o
último 1° de janeiro, tem um reforço de peso, o próprio prefeito da cidade que assumiu,
ainda em campanha, que gosta de pedalar e prefere a bicicleta como meio de locomoção.
Gustavo Fruet foi à cerimônia de posse pedalando.
Na formação de
sua equipe sinalizou o apoio que pretende dar à causa, nomeando como secretário de Trânsito Joel Krüger, que desenvolve um projeto de
política pública para o setor. E Aluisio de Oliveira Dutra Junior para a
Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude, outro aficionado pela
bicicleta.
“Queremos melhorar o transporte coletivo e transformar os
modais de transporte não motorizados — bicicleta e a pé — como políticas
públicas. As empresas poderão ganhar incentivos fiscais para estimular seus
funcionários a deixar os carros na garagem”, garantiu Krüger
Ciclovias da Cidade
A primeira
ação efetiva voltada para o setor foi dada pela Secretaria Municipal de
Esporte, Lazer e Juventude (SMELJ), que criou um grupo de estudos para melhorar
o sistema de ciclofaixas da cidade. De acordo com o secretário Aluísio de
Oliveira Dutra Júnior, há necessidade de tornar o projeto mais atrativo aos usuários.
“Queremos reestudar o conceito da bicicleta como instrumento de lazer em
Curitiba. Por isso a criação desse grupo de estudos”, afirmou.
Segundo o
secretário, essa iniciativa voltada ao lazer, é apenas o primeiro passo da
atual administração para promover a utilização da bicicleta. “Queremos
incentivar a prática do ciclismo por parte das famílias em um local que vai
integrar a região do São Lourenço e Museu Oscar Niemeyer com a região do
Passeio Público. São áreas de intenso tráfego de automóveis e ônibus que passam
a ser ocupadas pelas bicicletas. É emblemático e vai trazer um ganho
educacional para os usuários”, explicou Dutra Júnior
Em Curitiba, a
construção de ciclovias foi iniciada na década de 80, com o objetivo mesmo de
facilitar a mobilidade de trabalhadores, ligando o CIC aos principais bairros
da periferia. De acordo com dados da Prefeitura, Curitiba possui mais de 120 Km
de ciclovias e até 2014 deverá ter 400 Km. Mas, a maior parte delas é composta
por trechos de circulação compartilhada com pedestres.
Preconceito
Gestennberger com o cliente Celso Carneiro:
“Ainda há muito preconceito”. |
Para os
usuários e cicloativistas muito ainda tem que ser feito para que a bicicleta
seja realmente um meio de locomoção alternativo seguro e ambientalmente
inclusivo.
O empresário Gestennberger
Reis, um apaixonado pela bicicleta, proprietário da Bike Sul, diz que ainda há
muito preconceito. “O pensamento do brasileiro tá assim ainda: andar de bicicleta
é chão de fábrica”, afirma, perguntando: “Quem é que vai andar de bicicleta
para o trabalho depois de comprar um carro com 80 meses de prestação no carnê?
O status de se ter um carro é ainda uma barreira ao transporte mais saudável e
ambientalmente responsável”, considera.
“Fora o fato de que a falta de conhecimento sobre a bicicleta é enorme”,
completa Gestennberger, analisando que “as pessoas ainda compram bicicletas em
lojas de departamentos, que são totalmente inadequadas para o uso no
dia-a-dia.” (Leia mais na edição impressa).
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