Curitiba descobre cada vez mais a bicicleta como meio de transporte

Do Quintal | 10:49 |


O movimento pelo uso da bicicleta como meio de locomoção em Curitiba vem crescendo continuamente desde a década passada. Recebeu grande impulso, como em várias outras grandes cidades do mundo, com as atividades em defesa do meio ambiente e da qualidade de vida, cujo marco foi a criação do Dia Mundial Sem Carro.
A ideia da data – comemorada no dia 22 de setembro - é que as pessoas experimentem formas alternativas de mobilidade, descobrindo que é possível se locomover pela cidade sem usar o automóvel e que “há vida além do para-brisa.
Em Curitiba, andar de bicicleta é uma atividade que ganha a cada dia mais adeptos. E desde o último 1° de janeiro, tem um reforço de peso, o próprio prefeito da cidade que assumiu, ainda em campanha, que gosta de pedalar e prefere a bicicleta como meio de locomoção. Gustavo Fruet foi à cerimônia de posse pedalando.
Na formação de sua equipe sinalizou o apoio que pretende dar à causa,  nomeando como secretário de Trânsito Joel Krüger, que desenvolve um projeto de política pública para o setor. E Aluisio de Oliveira Dutra Junior para a Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude, outro aficionado pela bicicleta.
Queremos melhorar o transporte coletivo e transformar os modais de transporte não motorizados — bicicleta e a pé — como políticas públicas. As empresas poderão ganhar incentivos fiscais para estimular seus funcionários a deixar os carros na garagem”, garantiu Krüger

Ciclovias da Cidade

A primeira ação efetiva voltada para o setor foi dada pela Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude (SMELJ), que criou um grupo de estudos para melhorar o sistema de ciclofaixas da cidade. De acordo com o secretário Aluísio de Oliveira Dutra Júnior, há necessidade de tornar o projeto mais atrativo aos usuários. “Queremos reestudar o conceito da bicicleta como instrumento de lazer em Curitiba. Por isso a criação desse grupo de estudos”, afirmou.

Segundo o secretário, essa iniciativa voltada ao lazer, é apenas o primeiro passo da atual administração para promover a utilização da bicicleta. “Queremos incentivar a prática do ciclismo por parte das famílias em um local que vai integrar a região do São Lourenço e Museu Oscar Niemeyer com a região do Passeio Público. São áreas de intenso tráfego de automóveis e ônibus que passam a ser ocupadas pelas bicicletas. É emblemático e vai trazer um ganho educacional para os usuários”, explicou Dutra Júnior
Em Curitiba, a construção de ciclovias foi iniciada na década de 80, com o objetivo mesmo de facilitar a mobilidade de trabalhadores, ligando o CIC aos principais bairros da periferia. De acordo com dados da Prefeitura, Curitiba possui mais de 120 Km de ciclovias e até 2014 deverá ter 400 Km. Mas, a maior parte delas é composta por trechos de circulação compartilhada com pedestres.

Preconceito

Gestennberger com o cliente Celso Carneiro:
“Ainda há muito preconceito”.
Para os usuários e cicloativistas muito ainda tem que ser feito para que a bicicleta seja realmente um meio de locomoção alternativo seguro e ambientalmente inclusivo.
O empresário Gestennberger Reis, um apaixonado pela bicicleta, proprietário da Bike Sul, diz que ainda há muito preconceito. “O pensamento do brasileiro tá assim ainda: andar de bicicleta é chão de fábrica”, afirma, perguntando: “Quem é que vai andar de bicicleta para o trabalho depois de comprar um carro com 80 meses de prestação no carnê? O status de se ter um carro é ainda uma barreira ao transporte mais saudável e ambientalmente responsável”, considera.  “Fora o fato de que a falta de conhecimento sobre a bicicleta é enorme”, completa Gestennberger, analisando que “as pessoas ainda compram bicicletas em lojas de departamentos, que são totalmente inadequadas para o uso no dia-a-dia.” (Leia mais na edição impressa).

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